(FR) Le 9 février 2019, les femmes de la communauté d’Emaüs, une association portugaise de Bruxelles membre de la FAPB, ont organisé un atelier d'art pour s'essayer à la peinture moderniste du génial peintre portugais Amadeo de Souza-Cardoso.
L'atelier a été animé par Daniela Bardo, une professeure d'art également bénévole chez Emaüs. Quelques participantes n’avaient jamais fait de peinture. Le résultat a été encourageant, comme les photos le prouvent.
- C'est une maison portugaise, bien sûr ! C’est, bien sûr, une maison portugaise !
“É uma casa portuguesa, com certeza! É com certeza uma casa portuguesa!
(PT) “A Casita Clara- paisagem” - atelier de pintura Amadeo de Souza-Cardoso na Associação Portuguesa Comunidade de Emaús de Bruxelas.
As mulheres da associação portuguesa comunidade de Emaús de Bruxelas
organizaram no passado dia 9 de Fevereiro, um atelier de pintura
Amadeo de Souza-Cardoso. O objetivo foi o de se familiarizarem, de uma forma prática e lúdica, com a obra deste grande vulto da cultura portuguesa.
A partir do quadro pintado a óleo em 1915, “A Casita Clara-paisagem”, que evoca a paisagem tradicional do interior de Portugal, as participantes no atelier, algumas das quais nunca tinham pegado num pincel e tintas, entraram na pele do genial pintor português e experimentaram as pinceladas das formas abstractas e cores vivas. O resultado foi muito encorajador, como se pode ver pelas fotos.
O atelier, aberto ao público mediante inscrição, foi orientado pela professora de arte Daniela Bardo, voluntária de longa data na Comunidade de Emaús.
Amadeo de Souza-Cardoso nasceu em Manhufe, Amarante, em 1887, tendo emigrado para Paris em 1906 para estudar pintura. Aí contactou com os grandes artistas modernistas e avantguardistas como Modigliani, Brancusi, Archipenko, Gris e Robert e Sonia Delaunay, de quem se tornou amigo. O seu talento e originalidade foram de imediato apreciados pelos seus pares.
Amadeo de Souza-Cardoso viajou até à Bretanha e viveu também alguns meses em Bruxelas, no ano de 1910. Em 1914, encontrava-se em Barcelona quando eclodiu a I Grande Guerra, não podendo regressar a Paris e tendo que rumar a Manhufe.
No seu atelier de Manhufe e na companhia de Lucie Meynardi Pecetto, a esposa francesa de origem italiana que falava português por ter vivido no Brasil, Amadeo continuou a pintar constante e energicamente.
Entre 1915 e 1916, o jovem Amadeo pintou um série de janelas, entre as quais “A casita clara”. Em 1916, na cidade do Porto, numa exposição individual com o nome “Abstraccionismo”, Amadeo mostra ao público 114 obras. Entre desenhos, telas e aguarelas, lá estavam as janelas e “a casita clara-paisagem”. As obras foram então descritas como sendo obras onde corriam o “vermelho, vermeeeeelho, amaaaaarélo, todos os tons de amarelo; verde intensamente verde, as cores da rapidez, da alegria, concebidas no tempo e não no espaço, as cores do carnaval mais estravagante e estridente”! (1)
Com apenas 31 anos, morre Amadeo de Souza-Carodoso, em 1918, em Espinho, vítima da gripe espanhola. A sua esposa regressa a Paris, dois anos mais tarde, onde se torna promotora e guardiã do espólio artístico do marido.
A associação portuguesa comunidade de emaús é membro da FAPB e tem sede na rue du Belvédère 26, 1050 Ixelles. www.elodigital.be
(1) Autor desconhecido. Citado em Amadeo de Souza Cardoso: Diálogo de Vanguardas, CAM/FCG, Assírio & Alvim, Lisboa, p. 483.